sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Festa em Honra do mártir São Sebastião

Realizou-se no passado dia 24 de Janeiro na nossa aldeia mais uma festa em honra do martir São Sebastião. Refere-se que São Sebastião nasceu em Narvonne, França, no final do século III, e desde muito cedo que os seus pais se mudaram para Milão, onde ele cresceu e foi educado. Seguindo o exemplo materno, desde criança São Sebastião sempre se mostrou forte e piedoso na fé. Atingindo a idade adulta, alistou-se como militar, nas legiões do Imperador Diocleciano, que até então ignorava o facto de Sebastião ser um cristão de coração. A figura imponente, a prudência e a bravura do jovem militar, tanto agradaram ao Imperador, que este o nomeou comandante de sua guarda pessoal. Nessa destacada posição, Sebastião tornou-se o grande benfeitor dos cristãos encarcerados em Roma naquele tempo. Visitava com frequência as pobres vítimas do ódio pagão, e, com palavras de dádiva, consolava e animava os candidatos ao martírio aqui na terra, que receberiam a coroa de glória no céu. Enquanto o imperador empreendia a expulsão de todos os cristãos do seu exército, Sebastião foi denunciado por um soldado. Diocleciano sentiu-se traído, e ficou perplexo ao ouvir do próprio Sebastião que era cristão. Tentou, em vão, fazer com que ele renunciasse ao cristianismo, mas Sebastião com firmeza se defendeu, apresentando os motivos que o animava a seguir a fé cristã, e a socorrer os aflitos e perseguidos. O Imperador, enraivecido ante os sólidos argumentos daquele cristão autêntico e decidido, deu ordem aos seus soldados para que o matassem com flechas. Tal ordem foi imediatamente cumprida: num descampado, os soldados despiram-no, o amarraram a um tronco de árvore e atiraram nele uma chuva de flechas. Depois abandonaram-no para que sangrasse até a morte. À noite, Irene, mulher do mártir Castulo, foi com algumas amigas ao lugar da execução, para tirar o corpo de Sebastião e dar-lhe sepultura. Com assombro, comprovaram que o mesmo ainda estava vivo. Desamarraram-no, e Irene escondeu-o em sua casa, tratando as suas feridas. Passado algum tempo, já restabelecido, São Sebastião quis continuar seu processo de evangelização e, em vez de se esconder, com valentia apresentou-se de novo ao imperador, censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos, acusados de inimigos do Estado.
Diocleciano ignorou os pedidos de Sebastião para que deixasse de perseguir os cristãos, e ordenou que ele fosse espancado até a morte, com pauladas e golpes de bolas de chumbo. E, para impedir que o corpo fosse venerado pelos cristãos, jogaram-no no esgoto público de Roma.
Uma piedosa mulher, Santa Luciana, sepultou-o nas catacumbas. Assim aconteceu no ano de 287. Mais tarde, no ano de 680, suas relíquias foram solenemente transportados para uma basílica construída pelo Imperador Constantino, onde se encontram até hoje. Naquela ocasião, uma terrível peste assolava Roma, vitimando muitas pessoas. Entretanto, tal epidemia simplesmente desapareceu a partir do momento da transladação dos restos mortais desse mártir, que passou a ser venerado como o padroeiro contra a peste, fome e guerra.
As cidades de Milão, em 1575 e Lisboa, em 1599, acometidas por pestes epidêmicas, se viram livres desses males, após actos públicos suplicando a intercessão deste grande santo.
Em Lamas a tradição ainda é o que era....
Saudações lamacenses

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A nossa Infância....


De acordo com os reguladores, burocratas e psicólogos de hoje, todos nós que nascemos nos anos 60, 70 e princípios de 80, não devíamos ter sobrevivido até hoje, visto que na nossa infância se passaram coisas que hoje em dia são incompreensíveis, a saber:
• Os nossos berços eram pintados com cores bonitas,em tinta à base de chumbo que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos.
• Não tínhamos frascos de medicamentos com tampas 'à prova de crianças', ou fechos nos armários e podíamos brincar com as panelas.
• Quando andávamos de bicicleta, não usávamos capacetes nem luvas nem joelheiras.
• Quando éramos pequenos viajávamos em carros sem cintos e airbags, viajar á frente era um bónus.
• Bebíamos água da correia do jardim, da “augueira” ou do riacho, e não da garrafa e sabia bem.
• Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos gasosas e sumóis (por vezes fora de validade) com açúcar, mas nunca engordávamos porque estávamos sempre a brincar lá fora.
• Partilhávamos garrafas, copos e garfos com os amigos e nunca morremos disso.
• Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande velocidade pelo monte abaixo, para só depois nos lembrarmos que esquecemos de montar uns travões. Depois de cairmos nas silvas ou experimentar o alcatrão aprendíamos.
• Saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em casa antes de escurecer.
• Estávamos incontactáveis e ninguém se importava com isso.
• Tínhamos amigos - se os quiséssemos encontrar íamos á rua.
• Jogávamos ao elástico, “à macaca”, “à arranca cebada”, “ao está-queto” “ ao esconde esconde”, “ á bilharda”, “aos policias e ladrões”, “ao peão”, “ aos cowbois e indíos”, “aos finocos nos palheiros” e claro à bola que era o diversão preferida dos rapazes na versão “balizas pequenas” ou “balizas grandes com guarda-redes”.
• Caíamos das árvores, cortávamo-nos, e até partíamos ossos mas sempre sem processos em tribunal.
• Havia lutas com punhos mas sem sermos processados.
• Batíamos ás portas de vizinhos e fugíamos e tínhamos mesmo medo de sermos apanhados.
• Íamos a pé para casa dos amigos. Acreditem ou não íamos a pé para a escola; Não esperávamos que a mamã ou o papá nos levassem.
• Se infringíssemos a lei era impensável os nossos pais nos safarem. Eles estavam do lado da lei. Esta geração produziu os melhores inventores e desenrascados de sempre.
• Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo.